Mercado aquecido para arquitetos e decoradores

Publisher da Editorial Magazine, Sandra Leise lembra que a dois ou três anos não havia grua para alugar, nem engenheiro ou arquiteto para contratar por causa dos muitos produtos da construção civil. Esses lançamentos estão sendo entregues agora e farão aumentar a demanda por arquitetos e decoradores. “O segmento de decoração só sente o aquecimento experimentado pelo setor da construção três ou quatro anos depois.

E esse movimento, por sua vez, se reflete na venda de publicidade nas revistas de decoração”, explica a publisher.

Além disso, o arquiteto e o designer ganharam importância na cadeia produtiva da construção, visto que antigamente não era costume contratar um profissional para planejar os ambientes da casa. “Hoje as pessoas querem contratar um arquiteto ou designer para deixar sua casa mais bonita”, diz Sandra. Trata-se de um consumidor que não faz questão de luxo ou grifes de decoração, mas que tem o desejo de morar em um ambiente agradável.

Para Kaíke Nanne, diretor do núcleo Casa & Construção da Abril, os efeitos do aquecimento imobiliário já são bastante perceptíveis. “Começamos o ano com um volume maior de anúncios e de projetos customizados em comparação não apenas com 2009, mas também com 2008, que foi um ano glorioso para todo o mercado”, analisa.

          Evento serve como termômetro do mercado

 Os publishers têm razão para desenhar cenários tão otimistas para o segmento de decoração.

Angelo Derenze, presidente da Casa Cor, enumera várias, mas uma das melhores é que,  três meses antes da abertura da Casa Cor São Paulo, maior mostra de decoração e paisagismo das Américas, o evento já havia atraído 10% mais patrocínio do que em fevereiro de 2009. “No ano passado, as empresas desaceleraram um pouco as obras, percebia-se o termômetro pelos arquitetos e pela indústria de decoração civil. Mas teremos um 2010 fantástico”, acredita Derenze. Para ele, a própria Casa Cor é uma revista e um termômetro do que acontece neste mercado.

“A procura de arquitetos para participar da mostra é a maior em 24 anos”, garante. Três a quatro arquitetos disputaram cada ambiente na Casa Cor São Paulo, que acontecerá entre 25 de maio e 13 de julho. E todos têm muito trabalho a mostrar, graças aos lançamentos imobiliários que estão ocorrendo.

Derenze tem percebido uma profissionalização maior das construtoras e incorporadoras em relação ao marketing. “Aumentou a procuras por ações de merchandising envolvendo decoradores e arquitetos na Casa Cor”, conta. A procura por profissionais de decoração não se limita aos ambientes residenciais; também é observada na área comercial. ”As empresas encaram que ter um escritório diferenciado é uma melhoria para os negócios”, diz o presidente da Casa Cor. Por fim, a expectativa em relação à Copa do Mundo de 2014, no Brasil, também estimula a construção de novos hotéis e a reforma dos já existentes.

Outro indicativo do aquecimento do setor é o lançamento de mais duas franquias da Casa Cor, uma no Amazonas e outra em Santa Catarina, totalizando 17 mostras no país. Em março, segundo Derenze, três construtoras disputavam o patrocínio do evento no Brasil inteiro. A Casa Cor conta também com edições especiais como Casa Boa Mesa, Casa Entretenimento, Casa Kids e Casa Hotel.

Fonte: Jornal Meio & Mensagem Especial revistas 5 de abril de 2010.

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