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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estranhamento

Hoje em dia é muito comum brasileiros sejam eles adolescentes, jovens ou mesmo adultos terem vontade de morar no exterior. Com os mais diversos interesses. Sejam eles, estudar, trabalhar ou mesmo morar. Cada um tem seu objetivo, porém se deparam com as dificuldades que cada país impõe com relação a entrada de estrangeiros em seu território, e a obtenção de visto, seja ele provisório ou permanente. Que certos países ficam bem conhecidos internacionalmente por suas rígidas leis para a entrada de estrangeiros, um bom exemplo disso é a Espanha costuma ser mais rigorosa com a documentação exigida para entrada. A falta de algum papel ou mesmo cair em contradição durante a entrevista com o oficial da imigração também faz muitos voltarem para casa. Devemos salientar que em alguns casos ocorrem devido ao preconceito contra brasileiros.
No meu caso foi diferente, busquei informações sobre Madrid Espanha, suas culturas, estudos, moradia, o que realmente queria neste pais. Resolvi sai do Brasil com um pacote pronto, ou seja, tudo pago pela companhia de turismo e um curso de seis meses incluso cultura do pais.
Ao chegar no aeroporto em Madrid tudo pareceu extraordinário de outro mundo, nos primeiros dias tudo era fantástico o local onde estava hospedado as pessoas que conheci de todas as regiões inclusive brasileiros que não deixam de ser brasileiros sempre bem receptivos e aconchegantes.
A maior dificuldade era o idioma que muitos acham que é igual o português é fácil, mais não foi bem assim, as pessoas que falavam comigo em Espanhol dialogavam muito rápido e eu não conseguia acompanhar e sempre me perdia, “mas despacio, mas despacio, gracias” era únicas palavras que eu pronunciava constantemente.
Percebi que estava num ambiente diferente com culturas diferentes da minhas, mais isto foi só nos primeiros meses, ao longo do curso aprendi a cultura do pais, visitei museus foi incrível.
Por fim ao final do curso o difícil foi retornar ao Brasil.
Recomendo a todos, Madrid-Espanha é incrível....

Introdução

Este memorial descritivo aborda o processo de como projetar e formata uma revista visando o bem estar de todos, de acordo com as referencias especificadas a seguir tendo como parâmetro, compreender a importância de pesquisas quando se tem um projeto para se divulgado, afim de que desempenhe uma aceitação produtiva no mercado de consumo.   
Atualmente a moradia representa uma dimensão da vida social que expressa uma
série de características de seus moradores, como suas identidades e estilos de vida.
A esfera doméstica pode, ainda, ser vista como altamente dotada de valores e bens simbólicos hierarquicamente categorizáveis e que produzem, no espaço físico, marcações de fronteiras e distinções sociais.
O papel destes periódicos no processo de formação do gosto pessoal, estilo de vida, e identidades dos seus leitores. Parte de uma pesquisa maior, ainda em andamento, o estudo analisa como estas mídias especializadas na casa repercutem no processo de produção social dos espaços residenciais contemporâneos.

Cronograma do vigente trabalho

Grande parte das práticas contemporâneas de consumo é relacionada com o espaço doméstico. Atualmente a moradia representa uma dimensão da vida social que expressa uma série de características de seus moradores, como suas identidades e estilos de vida.
A esfera doméstica pode, ainda, ser vista como altamente dotada de valores e bens simbólicos hierarquicamente categorizáveis e que produzem, no espaço físico, marcações de fronteiras e distinções sociais.
A partir de uma análise de edições recentes de revistas dedicadas à casa e decoração,esta comunicação pretende discutir o papel  no processo de formação do gosto pessoal, estilo de vida, e identidades dos seus leitores. Parte de uma pesquisa maior, ainda em andamento, o estudo analisa como estas mídias especializadas na casa repercutem no processo de produção social dos espaços residenciais contemporâneos.
A análise das revistas é, aqui, confrontada com resultados parciais de entrevistas qualitativas realizadas com moradores de bairros considerados de elite da cidade de São Paulo, Brasil.
Foram selecionadas para esta análise dez edições de três publicações diferentes especializadas na casa: Casa Claudia, da Editora Abril; Casa Vogue Brasil, da editora Carta Editorial; e um total de dez edições das publicações Salas & Livings; Cozinhas & Salas de Almoço; e Quartos & Closets, todas da mesma editora, a On Line Editora.
            Realizei, até o momento, quinze entrevistas junto a moradores de residências localizadas dentre os seguintes bairros: Jardins (Jardim Paulista, Jardim Europa, Jardim América, Jardim Paulistano), Higienópolis, Pacaembu, Vila Nova Conceição, e Morumbi. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH - índice da ONU que mede o nível de desenvolvimento humano a partir de indicadores de educação, longevidade e renda e que varia de 0(nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total), regiões com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto) dos Jardins Paulistano e Europa, localizados no distrito de Pinheiros, é de 0.960; nos Jardins América e Paulista (no distrito do Jardim Paulista) o índice é de 0,957; na Vila Nova Conceição (distrito de Moema), é de 0,961; já em Higienópolis e no Pacaembu, ambos parte do subdistrito da Consolação, o IDH é de 0,950; e no Morumbi, é 0,938, todos dentre os maiores da cidade. Todos estes bairros, centralmente localizados dentro do espaço urbano compreendido pelo município de São Paulo com seus cerca de 11 milhões de habitantes estão, ainda, dentre as regiões mais bem servidas de infra-estrutura e equipamentos públicos da cidade.
Realizei também uma entrevista com uma colega que e consultora de vendas institucional, da Empresa Tok e Stok para saber quais são as tendências que estão em alta no mercado de móveis.
Em resposta ela divulgou que varia de tendências mais modernas, para rústicas e antigas, e um ponto interessante nesta entrevista, foi o interesse das pessoas com o meio ambiente, querendo ter informações sobre os produtos se eles eram de fontes renováveis ou eram de materiais nobres com releitura, (reciclagem), visando assim à preocupação com soluções ecologicamente corretas.     
A On Line é uma editora mais recente que publica revistas inteiramente especializadas em espaços específicos da casa. Nesse caso, com exceção ao fato de se dedicarem exclusivamente a espaços diferentes da casa, as publicações da On Line selecionadas são bastante similares entre si.
Têm a mesma estrutura e ordenação de edição, diagramação, estética, estilo de conteúdo e linguagem. Os textos e títulos de seus editoriais e sumários, por exemplo, são bastante semelhantes, justificando assim, a análise destas publicações como um conjunto e, quando necessário, serão analisadas individualmente.
Este total de trinta edições de diferentes revistas dedicadas ao espaço doméstico engloba ao menos uma edição de cada uma destas publicações entre os anos de 2005 a 2010, garantindo um escopo de cinco anos de representatividade para a presente análise. A escolha dessas três editoras, com trajetórias e histórias diferentes e responsáveis pela edição de periódicos distintos entre si deverá oferecer um panorama significativo para a compreensão das relações entre as revistas voltadas para a casa e as atuais configurações do âmbito doméstico.
O veículo revista tem sido considerado, para a mídia mais feminina existente. Baseada em uma grande presença de imagens em comparação a uma menor quantidade de textos e considerada uma atividade de lazer, teoricamente, a leitura de uma revista de decoração pode acontecer em diversos locais e situações.
Tais características lhe confeririam uma flexibilidade em termos de local, tempo, e modos de uso, que certamente favoreceriam seu consumo por seu público alvo, predominantemente feminino. Dados disponibilizados pela web sites das revistas consideradas confirmam que seu público leitor é majoritariamente feminino.
            Por outro lado, no caso brasileiro, as primeiras revistas especializadas na casa surgiram, ainda como edições especiais, na virada dos anos 1960 para os anos 70, momento este de importantes transformações do papel social da mulher.
A crescente participação feminina no mercado de trabalho, o impacto do movimento feminista, a progressiva emancipação sexual, bem como a emergência da mulher como sujeito consumidor mais ativo e autônomo, colaboraram para uma alteração profunda na tradicional hierarquia de gênero.
Destinadas às mulheres de classe média e alta (tal como veremos adiante), muitas delas agora inseridas no mercado de trabalho e tendo que conciliar suas atividades profissionais com as domésticas, as revistas femininas daquele período iriam refletir os dilemas e as questões colocadas pelas novas configurações das relações de gênero.
Desde então, os editores de publicações majoritariamente femininas, como as de decoração de interiores residenciais, teriam acompanhado tais transformações das relações de gênero, buscando refletir os anseios e as necessidades de seu público alvo, garantindo assim, a permanência destes veículos midiáticos no competitivo e segmentado mercado editorial nacional.

3. Discursos dissonantes sobre a construção do lar


Apesar de suas particularidades, observa-se que os três grupos de mídias selecionados, quais sejam, as edições de Casa Claudia, as edições de Casa Vogue Brasil e as publicações da On Line Editora, exercem papel  facilitador das atividades domésticas diárias, uma função de orientação sobre seus leitores, agem como uma espécie de catálogo de vendas, como um guia facilitador das escolhas, e como modelos propagadores de noções normatizadoras e de necessidades de consumo.
Do mesmo modo, observa-se que estas mídias operam em função do público alvo que desejam atingir. Através de uma diferenciação discursiva e publicitária produzida com base em classificações dos estilos de vida dos consumidores, e orientada, de acordo com as técnicas de pesquisas de mercado como a chamada values and life styles que combina informações demográficas (sexo, renda, nível educacional), hábitos de compra, auto-imagem, e aspirações, estas revistas especializadas definem o público alvo que lhes são lucrativos.
Estas mídias contribuem assim, para a otimização do tempo de trabalho doméstico ao sugerirem e orientarem seus leitores sobre como desempenhar diversas praticas relativas à gestão dos modos, ao informarem, por exemplo, sobre maneiras de se receber convidados adequadamente, ao oferecerem inúmeras dicas, sugestões e idéias sobre como organizar bens, utensílios domésticos, decorar os espaços e quais objetos comprar.
Desta forma, pode-se dizer que as revistas dedicadas à casa aparecem como um guia facilitador das escolhas a serem feitas dentre os inúmeros objetos de consumo disponibilizados aos sujeitos pela indústria de bens de decoração residencial.
Acaba por assumir assim, uma função de orientação sobre seus leitores, exercendo, portanto, um papel normatizador da conduta social a ser adotada e influenciando no processo de gestão do lar moderno.
Tais aspectos podem ser observados, na seguinte seleção de títulos de algumas das matérias das revistas analisadas:
“Você sabe escolher tapetes? Conheça os estilos, as proporções corretas e/aprenda a combinar modelos diferentes” (Casa Claudia, junho, 2005 p.108, grifos meus), ou, “Art déco, design e materiais preciosos: peças chave para um look modernista sofisticado, nada radical, sem purismos, à moda da casa do costureiro Jacques Doucet” (Casa Vogue Brasil, agosto,2006, p.158, grifos meus); ou, “Beleza translúcida: Para quem procura uma composição leve, moderna e arrojada, as peças de acrílico, resina e policarbonato são opções ideais. Confira alguns objetos que vão fazer do seu ambiente um lugar cheio de luz, cor e estilo” (Salas & Livings, ano 9,n.31, p.6).
Além de instruir seu público leitor sobre os estilos, as proporções, e as combinações corretas de modelos de tapetes, e orientá-lo sobre a escolha de determinados tipos de materiais para peças de decoração de modo que se obtenha certa impressão sobre os espaços decorados, os dois últimos títulos acima também exploram a idéia de estilo de vida.
A idéia de estilo de vida é explorada por todas estas mídias. De acordo com o texto acima transcrito estaria na posse de um conjunto de determinadas peças de decoração, a capacidade
de transmissão de um estilo de vida expresso, entre outros, pelo visual “modernista e sofisticado”, ou “ moderno e arrojado” de um interior residencial. O trecho abaixo, de uma matéria que trata de um projeto para a decoração de uma sala de estar que busca criar um ambiente de estilo moderno, definido pelo uso de linhas retas, funcionalidade, e objetos de design como uma luminária italiana, entre outros, refere-se ao que a revista define como o estilo de vida de um casal jovem:
“Jantar em versão hi-tech. As linhas retas predominam nesta sala e transmitem a idéia de modernidade, presente do teto ao chão no projeto de Ana Cecília Toscano e Andréa Bijarra. O grande espelho que toma a parede frontal da sala de jantar, de pronto, destaca-se no ambiente projetado para um casal jovem. Ambos desejavam uma decoração moderna e que primasse pela funcionalidade e o total aproveitamento do espaço.
No teto, a luminária italiana com contornos sinuosos acena com os primeiros toques de modernidade que permeiam todo o projeto (...)” (Salas & Livings, ano 5, n.17, p.52, grifos meus).
Por outro lado, a realização destes estilos de vida aparece associada à aquisição dos bens veiculados nestas mídias, ou seja, condicionada à capacidade de consumo dos sujeitos, pois praticamente em todas as páginas destas revistas há algum tipo de divulgação, promoção, ou venda de produtos ou serviços destinados à esfera doméstica.
Desde as propagandas publicitárias aos diversos tipos de matérias, a propaganda é explícita nestas mídias, que aparecem, portanto, como verdadeiros catálogos de venda de produtos, marcas, e serviços de profissionais especializados.
Observa-se, a este respeito, a existência de uma hierarquia de divulgação nos espaços das revistas. De acordo com os web sites das mesmas, há uma diferenciação de preço cobrado por local de divulgação. Por exemplo, anúncios nas primeiras páginas são mais caros, e nas últimas, mais baratos. Baseada em estudos que apontam em que partes da revista o leitor presta mais atenção, tal hierarquia de espaços para publicidade acaba por revelar a hierarquia existente entre as próprias lojas e respectivas marcas, na qual aquelas que anunciam nas páginas mais caras costumam ser as de maior status no mercado e, consequentemente, as mais caras.
Deste modo, a presença ubíqua de publicidade nas revistas dedicadas à casa e decoração nos permite compreender as mesmas como veículos altamente interessados de divulgação de bens, marcas, e profissionais da área.
Vistas sob este ângulo podemos ainda, situá-las como parte de um mercado mais amplo de comercialização de bens e serviços.
Neste, as revistas realizariam um papel intermediador, entre produtores, revendedores, consumidores, e leitores. Assim, apesar de voltadas para determinado público alvo, estas mídias seriam veículos tão importantes, ou mais, para os seus anunciantes, que para seus leitores. Tais veículos da mídia impressa acabam por contribuir e justificar, portanto, a criação de necessidades de consumo.
No contexto maior de uma sociedade capitalista, estas mídias agem como veículos propagadores de hábitos e necessidades de consumo voltadas para o lar. Assim, observa-se que com o apoio de elaboradas técnicas de marketing e vendas, tanto as revistas dedicadas à casa e decoração, quanto a indústria de bens domésticos como um todo
Por exemplo, dentre as dez edições de Casa Claudia analisadas, com uma média de 215 páginas por edição, 27% destas são ocupadas por publicidade paga, e, dentre as páginas de matérias propriamente ditas, 93% delas contém alguma forma de propaganda, seja a divulgação das lojas ou marcas dos produtos veiculados ou da divulgação dos profissionais responsáveis pela execução dos projetos de decoração e arquitetura apresentados.
Presente no país encontra na casa contemporânea um âmbito da vida social a ser comercialmente explorado.
Nesse sentido, a atual existência não só de um número extraordinário de publicações especializadas na casa, como um vastíssimo número de lojas de bens e produtos para o lar coexistindo em um mercado altamente diversificado e segmentado é notável.
Pode-se afirmar ainda, que os três grupos de publicações analisadas divulgam ideais de estilos de vida relativos aos modos de vida das classes sociais economicamente dominantes.
Apesar de parte do público alvo destas revistas ser composto pelas classes médias e média-alta de acordo com dados disponibilizados pelos web sites das revistas, praticamente todos os interiores residenciais nestas divulgados são decorados com bens de alto, ou altíssimo, valor aquisitivo, tal como demonstram os seguintes trechos:
“Com corpo escultural de 1,80m e foco de luz abrangente, a coluna Sheer conquistou o primeiro lugar no Prêmio Abilux 2008, em São Paulo. De acrílico transparente e latão cromado, a peça de Toni Dias está à venda na Allight por 4.083 reais” (Casa Claudia, outubro, 2008, p.36, grifos meus), ou “A banqueta Flor (R$4.860), de latão fundido, é uma das mais divertidas da nova florada da Esther Giobbi” (Casa Vogue Brasil, março, 2009, p.24, grifos meus), ou “Jogo de cama Di Polazzo, 100% algodão, percal 320 fios. (...), R$997, na Blue Gardênia” (Quartos & Closets, ano 8, n.29, p.25, grifos meus), entre outros.
Ao associar a idéia de estilo de vida à posse de bens financeiramente inacessíveis à maior parte da população brasileira e também financeiramente onerosos para parte considerável de seus próprios leitores, estas revistas acabariam transportando, segundo, a luta de classes para o plano simbólico como uma luta de classificações. A posse ou não de determinados objetos para o lar, transformaria este espaço em um campo de conflitos sociais, onde seria travada uma luta por classificações simbólicas.
            Seguem, por exemplo, nomes de algumas das inúmeras revistas em circulação no mercado editorial nacional especializadas na casa: Casa Claudia, Viver Bem Decoração, Casa e Jardim, Bons Fluidos, Arquitetura & Construção, Casa & Ambiente, Quartos e Closets, Banheiros & Lavabos, Cozinhas e Salas de Almoço, Salas & Livings, O quarto dos Filhos, Pequenos Ambientes, Decoração & Lazer, Espaço D, Elle Deco, KAZA, decorar,entre outras. Direcionadas, geralmente, para o grande público. Segundo dados disponibilizados pelo site da revista, (http://publicidade.abril.com.br/) –(acessado em Maio de 2010), Casa Claudia é direcionada para o público dividido entre as classes A (40%), B (41%) e C (16%); Já Casa Vogue Brasil atinge segundo dados fornecidos pelo site da própria revista, (http://www.voguebrasil.com.br) – (acessado em Maio de 2010), um público alvo dividido entre as classes A+B1 (73%) e B2 (27%); e finalmente, de acordo com seu web site (http://www.editoraonline.com.br/decoracao.shtm), o grupo de publicação da editora On Line buscaria atingir as classes A e B.

 Tais abordagens dos estilos de vida também poderiam ser lidas como reconversões do capital econômico em capital simbólico. Haveria uma transfiguração social na idéia de estilo de vida reforçada pelas revistas, uma operação de mágica, observada na ação aparentemente desinteressada das estratégias imaginárias criadas pelo mercado editorial. Ao sugerir e orientar a escolha de consumo de seus leitores, as mídias investigadas estariam contribuindo para a formulação de preferências e para a produção de distinções sociais8 expressas no plano simbólico da casa.

3.1 Arquitetos, designers e decoradores: a legitimidade do profissional


Outro aspecto notável é a ênfase na citação dos nomes dos arquitetos, designers e decoradores de interiores responsáveis pela execução dos trabalhos mencionados nas revistas. A presença recorrente destes profissionais nestas publicações representa não só uma maneira de divulgação de seus próprios serviços, contribuindo assim para que faturem novos trabalhos, mas trata-se, também, de uma forma de se conferir legitimidade às mesmas. Tais profissionais desempenhariam aqui, segundo Bourdieu (2002), o papel de intermediários culturais.
Socialmente reconhecidos pela detenção de certo saber técnico ou capital cultural específico que lhes asseguraria desenvoltura e credibilidade frente às suas escolhas e pratica profissionais, a presença desses intermediários culturais nestas revistas acaba por legitimar as mensagens e informações por estas transmitidas. Ainda a respeito do papel dos arquitetos, decoradores e designers que conferem legitimidade à estas mídias, observa-se que os mesmos elaboram e sugerem decorações, reformas, e renovações estéticas de interiores que são altamente dispendiosas.
Os móveis e adereços que compõem os ambientes criados por esses profissionais e que são divulgados nas matérias das revistas provém de lojas consideradas de alto padrão, cujos objetos estão dentre os de mais alto custo disponível no mercado de bens para o lar. Deste modo, estes profissionais também aparecem nestas revistas como agentes da construção de ideais de decoração residencial e de estilos de vida relativos às classes economicamente dominantes.
Comparação preliminar: alguns pontos de relação entre os interiores domésticos demoradores de bairros onde vivem as elites paulistanas e a análise das revistas sobre casa e decoração
Conforme anteriormente mencionado, as observações aqui apresentadas baseiam-se em pesquisa eminentemente qualitativa, ainda em andamento. Deste modo, um primeiro apontamento a respeito da relação entre os moradores entrevistados e as mídias aqui analisadas diz respeito ao consumo destas revistas. Todos os entrevistados até o momento consomem, com maior ou menor freqüência, alguma revista de decoração residencial.
Seguem abaixo alguns trechos de discursos onde tais moradores explicam quais motivos os levam a consumir este tipo de revista:
“É, eu compro pra ficar informada, porque eu gosto, (...)”. (Marta Gomes9, Morumbi, grifos meus), ou, “[leio] Casa Claudia, porque eu gosto de ver coisas de decoração de casas, (...), porque eu gosto de ver as casas, ter alguma idéia de alguma coisa que eu possa aproveitar em casa” (Ana Luisa Martins, Vila Nova Conceição, grifos meus), ou, “(...)Gosto de ver o que tem, gosto de ver as sugestões de objetos, de cores, gosto de
ver coisa bonita.” (Bárbara Stein, Pacaembu, grifos meus), e, “Principalmente, eu gosto muito das revistas estrangeiras pra saber as tendências. Mesmo que eu não compre os móveis, eu acho muito necessário ficar por dentro das tendências. (...)” (Fernanda Albuquerque, Pacaembu, grifos meus).
 Os nomes e sobrenomes dos entrevistados foram substituídos por nomes fictícios de modo a preservar sua privacidade.
Segundo os discursos acima a leitura de tais revistas aparece como uma fonte de idéias e sugestões para a realização da decoração de suas próprias residências. Deste modo, pode-se afirmar que tais discursos confirmam a análise anteriormente apresentada de que as revistas consideradas exercem uma função de orientação sobre a conduta do leitor. Se os discursos acima indicam, portanto que a leitura destas publicações exerce certa influência sobre a orientação da conduta dos seus leitores quanto à decoração de suas próprias residências, também é possível confirmar, tal como anteriormente observado na análise destas publicações, que estas mídias realmente funcionam como instrumentos propagadores de noções normatizadoras sobre o gosto.
Outra observação inicial sobre a relação entre os interiores domésticos investigados e a
análise das revistas sobre casa e decoração é que há, aqui, uma questão de gênero que perpassa este objeto de estudo como um todo. Dada a determinação desta pesquisa de entrevistar o (a) morador (a) responsável pela escolha dos móveis e decoração das casas visitadas, constatou-se que fora dois casos em que mulheres disseram terem sido elas e seus maridos, ou seja, o casal, o responsável pela escolha dos móveis e decoração de suas residências, todos os demais entrevistados são mulheres.
Considerando os dois casos dentre as quinze residências visitadas em que foi o casal quem escolheu a decoração de suas residências, há, portanto, uma clara indicação da mulher como figura preponderante na escolha dos bens e da decoração dos ambientes investigados, reforçando assim, a esfera doméstica com forte predomínio das decisões femininas.
Além disso, se relacionarmos este ponto de análise à constatação anterior de que as mídias selecionadas funcionam como instrumentos propagadores de noções normatizadoras sobre o gosto, poderíamos dizer que as mulheres, enquanto principal público leitor destas revistas, estariam mais sujeitas à influência destas mídias. Outra relação observada é aquela entre as respostas à pergunta sobre onde, ou em quais lojas, os moradores entrevistados compraram seus móveis e objetos de decoração e a discussão dos estilos de vida das classes economicamente dominantes divulgados nas revistas.
Apesar de comprados em uma variedade de lojas especializadas em uma diversidade de estilos e produtos, ou em antiquários, leilões, ou encomendadas a designers reconhecidos, observa-se que parte significativa dos bens adquiridos pelas moradoras entrevistadas faz parte
de um mesmo circuito de lojas delimitado pelo alto custo das peças vendidas, tal como expressam os seguintes discursos:
“O móvel da sala é uma peça de leilão, é quase uma semanière, mas não chega a ser, é uma cômoda, vai. As duas mesas de centro [um conjunto] são do Isamanogutti, são um desenho premiado dele, mais ou menos dos anos 50. A mesa de jantar também é uma peça de leilão, mas não é uma peça antiga não. É uma peça americana, mas ela tem um trabalho de marchetaria bem bonito e ela tem também uma extensão boa, é de uma designer americana. (...)” (D. Juliana Santos, Jardins, grifos meus), ou em, “Olha, eu comprei um pouco na Formatex, um pouco na Pró Objeto, é... essa mesa [da sala de jantar] é de um cara chamado Carlinhos Mota [um designer], a gente comprou muita coisa em antiquário, acho que é isso. (D. Bárbara Stein, Pacaembu, grifos meus).
A decoração de tais interiores domésticos com peças custosas financeiramente pode ser compreendida como uma das maneiras utilizadas por estes moradores de afirmação de suas posições sociais em uma sociedade hierarquizada. No entanto, podemos dizer que a expressão da posse de altos níveis de capital financeiro aqui evidenciada pelo poder de compra de certos bens não garantiria, por exemplo, a posse de o que Bourdieu (2002) chamou de capital cultural. Assim, dependendo do modo como os bens são dispostos nos interiores residenciais, de quais são as escolhas, e combinações empregadas, seria possível identificar, mais especificamente, a que tipo de elite estes moradores pertenceria.
Nesse sentido, e considerando que visitei bairros identificados como regiões aonde residem moradores pertencentes às elites paulistanas, compostas por uma representação diferenciada de padrões sócio-econômicos e culturais, pude observar que nem sempre tais moradores apresentam condições financeiras suficientes para adquirir todos ou quase todos os seus móveis e objetos de decoração nas lojas e locais autorizados pelo gosto dominante.
Nestes casos, pude notar que grande parte dos moradores entrevistados adquire apenas uma ou duas peças para suas residências nestas lojas, e, as demais, adquirem em lojas menos reconhecidas e financeiramente mais acessíveis.
Nos casos em que o fenômeno acima foi observado, as peças mais prestigiosas, e certamente as mais caras, encontravam-se dispostas em posições de destaque no interior doméstico. Tais bens foram encontrados predominantemente na salas de estar (ou na chamada sala de visitas). Deste modo, peças como poltronas, mesas de centro, tapetes, quadros, considerados mais importantes para estes moradores podem ser facilmente vistos pelos não-moradores que visitem suas residências. Haveria assim, uma hierarquização dos espaços da casa quanto à disposição das peças consideradas de maior relevância, na qual a sala de estar aparece como o principal cômodo através do qual os moradores procuram expressar seu gosto, estilo de vida, e posição social.
     

Briefing da revista Casa Essência

           Perfil Editorial


É uma revista de informações gerais sobre a área de Design de Interiores.
Os temas por ela abordados são os mais variados como tendências, acabamento, paisagismo, ecoético, entre outro, abrangendo a área especificada.
Um projeto gráfico que contemple todos os setores da revista sem perde a unidade, a revista pretende ser um guia prático para ajudar o leitor.  “Minha intenção é mostrar aos consumidores como transformar sua casa ou apartamento em um lugar mais confortável.
Minha prioridade e desenvolver uma revista que venha a ser usada como um guia de referencia de modo que as conformidades estejam bem elaboradas seguindo todos os conceitos e normas para que seja bem vista perante a sociedade.

            Público alvo


A publicação tem como foco principal o consumidor em busca de produtos, novidades, tendências, soluções criativas e econômicas, bem como idéias, projetos para este vasto universo de sofisticação.
Em suas reportagens, a revista apresenta diversos projetos de decoração, produtos para acabamento e soluções práticas para casa, com matérias de ambientes decorados.
Focada na chamada nova classe média brasileira, servindo como auxilio para consumidores que tem como interesse modernizar sua casa ou tem em mente um projeto para ser realizado.

4.2  Conceituação
O desafio, como já foi citado, é estabelecer através do projeto gráfico, unidade a uma revista muito abrangente, atribuir leveza, elegância, que recorrentemente se encontram ausente em publicações desse tipo.

·         Leveza


Justificativa:
Durante a análise crítica percebi que a revista para ser interessante deve conter uma leitura agradável de certa forma ao leitor, sendo assim leveza surge como um conceito para aperfeiçoar a leitura e tornar a revista mais agradável e elegante.

·         Clareza

Justificativa:
O conceito da clareza serve para nortear o projeto gráfico no sentido de ser simplista e claro, proporcionar uma leitura rápida, fácil e direta.

·         Influência:

Justificativa:
Estamos trabalhando com uma revista, que trata de assuntos sobre a área de decoração e tem periodicidade mensal, um veículo de informação precisa ser influente, além de ter credibilidade e passa segurança, e um pilar formador de opinião que precisa ter em seu norte o conceito de influência.

           Diferencial

Não e por ser uma revista de divulgação para projeto gráfico, da Universidade Paulista Unip, no curso de Design Gráfico, que se perde no seguimento que designa as demais revistas de decoração, em qualidade e intensidade na produção de suas reportagens. Possui um design limpo, com cores bem distribuídas – o que gera organização e mantém o branco na maioria de suas páginas que possuem textos. Também sempre com alguma amostra de projetos de decoração sustentável, apresentação de materiais, no qual seu leitor pode tocar observar com qualidade materiais de acabamento, matérias que facilita a vida de seus leitores, como preocupação com a saúde, ambientes mais verdes melhorando a qualidade de vida, projetos para economia de energia e também por que não um pouco de cultura e arte deixando sua casa elegante e perfeita com quadros, possui também um elemento novo de diagramação que a diferencia das demais revistas do mesmo seguimento, que no caso e um infográfico mostrando ao leitor a dimensão de como ficara sua casa em um determinado projeto, e quem sabe em próximos projetos um código na revista, que possibilite uma visão em 3d de como ficaria um determinado cômodo decorado, aproximando assim cada vez mais uma visão da  realidade.


             Suporte


 a) Tipo de Papel: A capa é em Couche  brilho com verniz Já as páginas internas, as do miolo, são folhas também em Couche , com gramatura igual.
b) Gramatura: A capa tem gramatura 230g e o miolo 220g.
                        c) A revista foi fechada com 24 páginas
            d) Por ser uma revista com grande necessidade da presença de cores para dar movimento e idéia ela se usa do padrão CMYK, 4x4.
         e) parte restante do manual descritivo, com diagramação e conceitos editoriais será apresentada juntamente com a revista referente ao projeto gráfico pim.





Após análise das citações teóricas e dos dados obtidos através da pesquisa, pode se concluir o quanto e importante uma pesquisa para se saber como agir ou proceder diante de uma proposta de projeto a ser divulgado
Os objetivos propostos por esse trabalho foram atingidos com satisfação. Os entrevistados deixaram evidente o seu ponto de vista perante os temas em questão abordados.
Procurei apontar, portanto, para a existência de uma rede de relações e práticas sociais interligadas em torno da aquisição de bens e utensílios domésticos destinados à decoração de interiores residenciais na qual uma mídia impressa especializada desempenha papel significativo intermediador. Procurei mostrar, a partir de uma seleção representativa de publicações sobre casa e decoração em circulação no mercado editorial nacional, como estas revistas exercem certa influência sobre seus leitores, orientando suas escolhas, propagando tanto necessidades de consumo quanto ideais de estilo de vida, bem como influenciando na formação do gosto, e na decoração e organização de seus espaços residenciais.
Tratam-se, portanto, de veículos-chave na articulação dos interesses de venda de uma indústria de bens voltada para o lar e a busca por formas de distinção e afirmação de identidades na sociedade contemporânea.




Bibliografia


Casa Claudia. São Paulo: Editora Abril S.A., ano 29 (2005), números, 6,10 e 11.
Casa Claudia. São Paulo: Editora Abril S.A., ano 30 (2006), números 7 e 10.
Casa Claudia. São Paulo: Editora Abril S.A., ano 31 (2007), n. 6.
Casa Claudia. São Paulo: Editora Abril S.A., ano 32 (2008), n. 10.
Casa Claudia. São Paulo: Editora Abril S.A., ano 33 (2009), números, 2, 3 e 4.
Casa Vogue Brasil. São Paulo: Editora Carta Editorial Ltda., números, 241, 244, 252, 254,
265, 267, 273, 277, 283, 284.
Cozinhas & Salas de Almoço. São Paulo: On Line Editora, números, 17, 24 e 29.
Quartos & Closets. São Paulo: On Line Editora, números, 16, 23 e 29.
Salas & Livings.São Paulo: On Line Editora, números, 17, 22, 24 e 31.

Sites:
http://publicidade.abril.com.br/Acesso em: 20 maio de 2010
http://www.voguebrasil.com.br/Acesso em: 20 maio de 2010
http://www.editoraonline.com.br/ Acesso em: 20 maio de 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

LInk para quartos bem legais ^^
http://casa.abril.com.br/materias/moveis/prateleiras-organizam-casa-ainda-expoem-belos-objetos-543147.shtml
Eai pessoal aqui tem um link de um texto que ajuda um pouquinho a pessoa a definir qual sera a cor de sua casa.
vale a pena conferir!!!

http://casa.abril.com.br/casaclaudia/livre/0555/casas/mt_259045.shtml#topo

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um Site bacana para ver Casas Ecologicas

Eu achei esse site muito show confirao.


http://www.casasecologicas.com.br/

A Casas Ecológicas tem sua sede localizada em Morretes, uma das cidades mais antigas e históricas do Paraná, a 74 quilômetros de Curitiba.